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Anatomia Vegetal na Escola

Visualização de caule de monocotiledônea

 

O caule é o órgão mais importante da planta. Evolutivamente, é o primeiro órgão vegetal, do qual todos os demais derivaram. Quando em estrutura primária, caracteriza-se por possuir nós e entrenós. As folhas e as gemas axilares ocorrem nos nós, onda a vascularização tem uma disposição mais complexa. Nos entrenós a vascularização se dispõe de forma mais linear, sendo possível uma ananlisá-la mais facilmente. Nas plantas que realizam crescimento secundário, as folhas caem e os nós e entenós deizam de ser nítidos durante esse processo.

      As monocotiledôneas, salvo algumas exceções, não realizam crescimento secundário. A vascularização caulinar possui um arranjo típico nesse grupo taxonômico, denominado atactostélico, onde os feixes vasculares se dispõem em várias camadas em um arranjo complexo, que à primeira vista parece aleatório e espalhado.

       Nesta prática veremos o caule de capim (Fig. 1), uma monocotiledônea pertencente à família Poaceae, que é a família das gramíneas.

       Iremos utilizar a lâmina "Capim. Caule transv.", que se trata do corte transversal do caule de capim (Fig. 2). Essa lâmina é permanente, ou seja, o corte nela contido encontra-se com suas células mortas e sem as cores naturais. A coloração observada é artificial, mediante o emprego de dois corantes: a Safranina (vermelha) e o Fast Green (verde/azul).

        Algumas lâminas vão apresentar o corte inteiro e são ideais para uma visão panorâmica (Fig. 2, acima). Em outras, o corte se abriu e portanto, enrolou (Fig. 2, abaixo). Embora, neste caso, a visão panorâmica seja prejudicada, muitas vezes o corte encontra-se em ótimas condições para se observar os detalhes dos feixes vasculares, uma vez que  encontra-se bem fino, tanto é que se rompeu.

        Coloque a lâmina no microscópio e focalize, conforme descrito em "Observação ao microscópio".

         Em uma visão panorâmica, ou seja, em menor aumento, nota-se nitidamente um grande oco na parte central do caule e vários feixes vasculares em volta (Fig. 3). Tecnicamente, o oco se chama fístula. Portanto, trata-se da medula oca do caule, ou melhor dizendo, da medula fistulada. Nem sempre os caules atactostélicos apresentam medula, e nem sempre esta é fistulada.

         Os feixes vasculares encontram-se mergulhados em um parênquima fundamental, que é o tecido prevalecente deste caule (Fig. 4). Os feixes são do tipo colateral, com o floema voltado para a periferia do caule e o xilema voltado para a sua parte central (Figs. 5 e 6).

          O tecido mais periférico do caule é a epiderme (Fig. 5). Os feixes vasculares mais periféricos são menores e podem ocorrer muito próximos à eiderme  (Figs. 4 e 5). Já os feixes vasculares mais internos são maiores e, por conta disso, melhores de ser observados (Fig. 6). No floema é bem fácil distinguir os elementos de tubo crivado das células companheiras. Embora não seja possível ver a placa crivada, os elementos de tubo crivado são notáveis por serem maiores e por possuirem um contorno octogonal. Já as células companheiras são bem menores e possuem o contorno quadrangular (Fig. 6).

          O xilema é o maior tecido desse feixe vascular. Geralmente possui dois elementos de vaso bem grandes, como se fossem "olhos", e um a três menores. Próximo a este(s) último(s) ocorre um buraco demominado lacuna do protoxilema. Tanto no floema quanto no xilema ocorrem células que, no corte, aparecem com as paredes espessas e coradas de vermelho arroxeado. São as fibras (Fig. 6). Uma vez que este corte é transversal, não é possível notar o seu formato alongado. São essas fibras que conferem a grande resistência do caule do capim.        

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