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Anatomia Vegetal na Escola

Visualização de grãos de amido de feijão

 

O amido é um polímero de glicose. Trata-se da reserva de carboidratos do vegetal. É constituído por dois tipos de moléculas: a amilose e a amilopectina. É produzido e armazenado em organelas denominadas plastídeos, tendo como ponto inicial de depósito uma região chamada hilo. O padrão de deposição concêntrico de amido em volta do hilo costuma ser visível ao microscópio óptico.

      O plastídeo que acumula grande quantidade de amido chama-se amiloplasto. Esse tipo de plastídeo ocorre em células que pertencem ao parênquima amilífero, tecido este presente principalmente em tubérculos, raízes tuberosas e sementes. Os grãos de amido apresentam diferentes formatos, de acordo com a espécie da planta onde ocorre.

      Nesta prática, vamos visualizar os grãos de amido da semente do feijoeiro (Phaseolus vulgaris).

 

      Para o preparo de lâminas de grãos de amido de P. vulgaris, vamos precisar de (Fig. 1):

 

  • Grãos de feijão (qualquer cor);

  • Lâmina de barbear;

  • Água;

  • Lâmina;

  • Lamínula;

  • Papel toalha (ou similar); e

  • Lugol (Opcional).

      Quebre uma lâmina de barbear. Separe as duas "bandas" (cotilédones) de um grão de feijão (Fig. 2). Com uma das quinas da lâmina de barbear, arranhe várias vezes a superfície lisa do cotilédone (Fig. 3), de tal forma que o pó resultante caia sobre o centro de uma lâmina histológica (Fig. 4).

      Pingue umas três gotas d'água sobre o pó, com o cuidado para não espalhá-lo (Fig. 5). Cubra com a lamínula (Fig. 6) e seque as laterais para remover o excesso de água entre a lâmina e a lamínula; e seque a face inferior da lâmina, para não agarrar na platina do microscópio. A lâmina está pronta para a visualização (Fig. 7).

      Coloque a lâmina no microscópio e observe, como descrito em "Observação ao microscópio". Para uma melhor visualização, é recomendável trabalhar com a objetiva de 40x, começando sempre a focalizar com a objetiva de menor aumento (4x). Os grãos de amido se caracterizam pelo formato elíptico. O hilo tem o formato de uma "fissura" no meio do grão de amido de feijão. Em torno desse hilo, olhando atentamente e se o equipamento permitir, percebe-se as marcas das camadas de deposição de amido, na forma de finas linhas elípticas concêntricas. Podem ser vistos também fragmentos das células do cotilédone (Fig. 8). Por ocasião de falhas na montagem da lâmina, podem aparecer bolhas de ar. Como se trata de um erro metodológico, são consideradas "artefato de técnica". Caracterizam-se pelo formato perfeitamente circular, quando pequenas, ou irregular, quando grandes; com o contorno bem espesso e escuro (Fig. 9).

     Para corar o grão de amido, vamos utilizar o Lugol.  Trata-se de um corante (teste histoquímico) específico para amido, feito com iodo metálico e iodeto de potássio. Na falta do Lugol, pode-se utilizar a solução de iodo de farmácia (iodopolividona). O amido submetido a este teste cora-se de lilás muito escuro a preto. Portanto, não será possível ver os detalhes do grão. Assim, para a boa visualização do grão o ideal é vê-lo sem corar. Por conseguinte, a demonstração com o Lugol tem um efeito mais lúdico do que informacional, para uma prática de Ensino Fundamental ou Médio.     

      Pingue uma ou duas gotas de Lugol (ou iodopolividona) em uma das laterais da lamínula, de forma que a gota fique metade sobre a lamínula, e metade sobre a lâmina (Fig. 10). No lado oposto, repouse o papel toalha sobre a lâmina, de forma que a borda do papel encoste na borda da lamínula (Fig. 11). A água que está entre a lâmina e lamínula será absorvida pelo papel toalha, enquanto a gota de Lugol entrará lentamente, ocupando o lugar da água. Seque o fundo da lâmina e visualize ao microscópio (Fig. 12).

      Os grãos de amido vão aparecer como elípses praticamente pretas. Os fragmentos celulares vão se corar de amarelo (Fig. 13). Dependendo da força com que se raspa o cotilédone com a lâmina de barbear, o pó na lâmina pode conter fragmentos do parênquima amilífero com células inteiras (Fig. 14).    

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