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Anatomia Vegetal na Escola

Visualização de estômatos

 

Os estômatos são estruturas epidérmicas localizadas nos órgãos aéreos das plantas, ou seja, caules, folhas e flores. Nos caules e nas folhas, desempenham a importante função de trocas gasosas, que permite a entrada de CO2 e a eliminação de O2 para a fotossíntese e o inverso, em se tratando de respiração. Também, permite a saída de vapor de água, processo esse denominado transpiração, que é uma das forças motrizes para a condução de água pelo xilema. Nas flores, muitas vezes os estômatos são modificados, não sendo funcionais.

      Os estômatos são constituídos por duas células denominadas células-guarda. Estas delimitam um espaço, denominado ostíolo, que é o poro do estômato. Mediante fenômeno de turgescência, as células-guarda podem abrir ou fechar o ostíolo, regulando assim o processo de trocas gasosas e transpiração. As células-guarda geralmente são reniformes, ou seja, em forma de rim; porém nas gramíneas as células-guarda são estreitas, longas e com extremidades volumosas, ditas halteriformes pela sua "semelhança" com halteres.

      Externamente às células-guarda, ocorrem células especializadas denominadas células subsidiárias, que contribuem fisiologicamente para o processo de abertura e fechamento estomático. As células subsidiárias podem se dispor em diferentes padrões, cada qual geralmente típico do grupo taxonômico da planta.

       Nesta prática iremos analizar os estômatos de Tradescantia zebrina (Figs. 1 e 2), uma plantinha de jardim. Utilizaremos uma lâmina permanente contendo uma amostra da epiderme foliar inferior, onde ocorrem os estômatos. É importante salientar que esse preparo é permanente, onde as cores naturais foram removidas, sendo o corte artificialmente corado com Safranina (vermelha) e Fast Green (verde/azul). Portanto, as células estão mortas e as cores não correspondem às do tecido vivo.

       Para esta prática, vamos utilizar a lâmina "Tradescantia zebrina. Epiderme inferior" do kit fornecido (Fig. 3).

      Observe a lâmina, conforme descrito em "Observação ao microscópio". Em menor aumento, você verá as células ordinárias, que são aquelas que vão conferir o revestimento da folha, e os estômatos (Fig. 4). As células ordinárias, quando vivas, possuem coloração avermelhada a arroxeada, devido ao pigmento antocianina presente em seu grande vacúolo central. Esse pigmento não tem participação alguma na fotossíntese. Ele funciona como um "óculos escuro" para a planta, filtrando os raios solares antes de chegam à clorofila presente no parênquima clorofiliano da folha. Nesse preparado, como já dito acima, as cores naturais foram perdidas e, por isso, o conteúdo das céluas ordinárias encontra-se transparente.

       Os estômatos de T. zebrina possuem quatro células subsidiárias, onde duas encontram-se paralelas às células-guarda, enquanto outras duas encontram-se em posição ortogonal, em cada extremidade (Fig. 5). Este arranjo é dito tetracítico. Embora T. zebrina pertença a uma família (Commelinaceae) muito aparentada com as gramíneas (Poaceae), seus estômatos possuem células-guarda reniformes. T. zebrina é uma monocotiledônea.

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