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Anatomia Vegetal na Escola

Visualização de sorus

 

As pteridófitas são plantas vasculares sem sementes. Trata-se de um grupo muito antigo e diverso, cujos registros fósseis mais longíquos datam da Era Paleozóica, Período Siluriano, há mais de 420 milhões de anos atrás. No Período Carbonífero da mesma era, formaram-se grandes florestas cujos fósseis, na forma de carvão mineral, foram cruciais para a Revolução Industrial. Como todas as plantas terrestres, possuem um ciclo de vida com alternância de gerações. A fase dominante é a esporofítica, diploide, que produz esporos por meiose em estruturas denominadas esporângios. Esses esporos, uma vez dispersos, germinam em outra fase de vida, chamada gametofítica, que é haploide. Como as pteridófitas não produzem sementes, a fase gametofítica é livre. Esta fase de vida produz gametas por mitose, pois é haploide. Os gametas fecundam e formam um zigoto, restabelecendo a diploidia no ciclo de vida. O zigoto se desenvolve em um novo esporófito, que irá produzir esporos em seus esporângios.

       As samambaias são as pteridófitas atuais mais populares. Pertencem à divisão (filo) Monilophyta. Na face inferior das folhas férteis das samambaias são formados esporângios modificados, denominados leptosporângios. Os leptosporângios possuem uma haste denominada pedicelo, que sustenta uma porção globular denominada cápsula, onde são produzidos os esporos por meiose.  Na parede desta cápsula ocorrem células modificadas que constituem uma estrutura denominada annulus (ou ânulo). Quando os esporos estão maduros, este annulus se retrai e volta ao formato original rapidamente, como uma mola se deformando e voltando ao formato anterior. Com isso, rompe-se a cápsula originando uma abertura, denomianda estômio, e os esporos são arremeçados com este movimento brusco.

       Os leptosporângios quase sempre se agrupam em estruturas denominadas sori, cujo singular é sorus. Os sori podem ou não apresentar uma película protetora, denominada indúsio.

        Nesta prática, iremos visualizar o sorus de uma samambaia selvagem, pertencente ao gênero Polypodium (Fig. 1). O sorus desta planta planta possui formato circular e é destituído de indúsio (Figs. 2 e 3).

       Com o auxílio de uma lupa, é possível observar as cápsulas dos inúmeros leptosporângios e também os esporos que se destacam pela sua cor amarelada (Fig. 3).

       Para esta prática, vamos utilizar uma lâmina permamente contendo um corte de um sorus, corado com Safranina e Fast Green (Fig. 4).

       Numa visão panorâmica, isto é, em pequeno aumento, observam-se os inúmeros leptosporângios inserindo-se na face inferior da folha (fronde). Nesse material, ocorrem leptosporângios em diversas fases de desenvolvimento. Assim, é possivel ver os muito jovens, em fases inciais de desenvolvimento; e os maduros, inclusive aqueles que já dispersaram os seus esporos (Fig. 5).

       Em aumentos maiores, podemos observar em detalhe as diferentes partes dos leptosporângios. O annulus é bem evidente e se caracteriza pelas suas células escuras de paredes espessadas (Figs. 6 e 7). No lado oposto da cápsula, pode haver uma abertura (estômio), caso o leptosporângio já tenha iniciado o processo de disperção dos esporos (Fig. 7). Os esporos podem estar maduros (Figs. 7 e 9) ou não (Figs. 6 e 8). Observando próximo à superfície inferior da folha, na região de inserção dos leptosporângios, pode-se ver as cápsulas dos leptosporângios jovens, que ainda não chegaram a desenvolver o pedicelo (Fig. 8). Os esporos, quando maduros, têm a parede espessa, a coloração natural amarelada que permanece praticamente inalterada durante o preparo das lâminas, e formato semicircular que faz lembrar um "gomo" de tangerina (Fig. 9). Este esporo germina em um gametófito cordiforme, também denominado protalo, que é tipico das samambaias.

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