top of page
Anatomia Vegetal na Escola
Visualização de caule em estrutura primária
Todas as plantas vasculares possuem caule, por mais reduzido que seja. É o órgão mais básico do vegetal do qual, evolutivamente, originaram todos os demais, ou seja, folhas, raízes e flores. Nos fósseis mais antigos de plantas vasculares primitivas (pteridófitas), datados do Siluriano, há mais de 420 milhões de anos, constata-se que tais plantas possuiam apenas caule e a sua estrutura reprodutiva, que consistia de uma cápsula.
Ao longo do tempo, os caules foram se diversificando muito em forma, variando também em sua estrutura interna, tal como nos padrões de vascularização. Assim, os diversos tipos e formas de caules são relacionados com o grupo taxonômico da planta em questão, bem como de sua adaptação ao ambiente que ocupa.
O caule se desenvolve mediante um tipo de crescimento denominado crescimento primário. Na extremidade do caule ocorre uma estrutura denominada meristema apical, que é constituído por células muito jovens, em divisão celular, que se multiplicam originando células filhas que amadurecem (diferenciam), se transformado em tipos celulares típicos de tecidos vegetais desenvolvidos. Este crescimento, portanto, resulta no comprimento do caule e na formação de folhas. O crescimento primário também ocorre nas raízes e na formação de flores e demais estruturas reprodutivas.
Todas as plantas realizam o crescimento primário. Entretanto, em muitas espécies atuais de gimnospermas e angiospermas, após o crescimento primário, ocorre também um crescimento secundário, onde há o engrossamento de caule e raiz, por atividade de meristemas secundários, de localização interna. É o que ocorre, por exemplo, nas árvores. Tal tipo de crescimento será abordado na prática "Visualização de caule em estrutura secundária".
Nesta prática, observaremos o caule de Polyscias guilfoylei (Figs. 1 e 2) em estrutura primária. P. guilfoylei é uma angiosperma eudicotiledônea, que realiza crescimento secundário. Observaremos apenas a sua estrutura primária, que é típica de caules passíveis de crescimento secundário.
Iremos utilizar a lâmina "Polyscias guilfoylei. Caule 1º, transv." (Fig. 3), que possui o corte transversal do caule em estrutura primária, corado artificialmente com os corantes Safranina (vermelho) e Fast Green (verde/azul), em um preparado permanente. Portanto, o material está morto e suas cores, alteradas.
Coloque a lâmina na platina do microscópio e focalize, conforme descrito em "Observação ao microscópio".
Observando em menor aumento, percebe-se uma estrutura que parece um anel (Fig. 4). Trata-se dos feixes vasculares, em disposição circular. Internamente a este anel tem-se a medula, e externamente, o córtex. Essa disposição da vascularização na estrutura primária do caule (ou da raiz, se fosse o caso), chama-se cilindro vascular (Fig. 4).
Os feixes vasculares possuem floema voltado para o córtex e o xilema voltado para a medula (Fig. 5). São do tipo colateral. No xilema são nítidos os elementos de vaso, em meio a fibras. No floema, ocorrem elementos de tubo crivado e células companheiras, porém neste preparado não são muito fáceis de serem distinguidas (Fig. 5).
Observando-se o córtex em maior aumento, pode-se notar a epiderme como tecido mais periférico. Abaixo da epiderme encontra-se o colênquima, que se caracteriza por possuir espessamentos de parede primária (Fig. 6). Neste preparado, infelizmente, utilizamos reagentes que alteram esses espessamentos, reduzindo-os. Abaixo do colênquima, encontra-se o parênquima clorofiliano, cuja cor natural foi perdida por conta da remoção da clorofila no preparo da lâmina (Fig. 7). Os núcleos das células ainda são visíveis, bem como espaços intercelulares.
A medula é constituída por parênquima fundamental, com células maiores que as encontradas no córtex. Os núcleos celulares também são visíveis (Fig. 8). Diversos ductos secretores ocorrem espalhados pelo córtex e medula (Figs. 6 a 8).
bottom of page